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ESSÊNCIA DO RAPAZ



O rapaz que não saberei falar o seu nome, vivia em um vilarejo, hoje chamado de Jardim Olímpico, situado em Aparecida de Goiânia.
Esse rapaz, sempre passava na minha rua. Sem nem sequer falarmos um bom dia, uma quarta feira de feriado, ele parou. Sentou se do meu lado, e logo foi falando dos seus sonhos.
Sinceramente amigos, quando me aposentei, fiquei muito acomodado, não vou mais ao cinema e nem sequer ao teatro. Sou daqueles que levanto as 6:00hs da manhã, tomo o meu café, e como um cuscuz bem quentinho,  depois vou passear com meu cachorro Duque. E minha gata Sol, todos ficam tentando entender como a minha gata se comporta na cólera. Quando volto, tomo um banho e vou para porta de casa, com a minha cadeira de madeira, herança da época da minha vó.  
Esse dia me sentia fracassado, e quem nunca se sentiu assim? chamam de depressão ou desespero traumático... Não sei se é esse nome...  Só sei que o sintoma, é tão ruim, que dá vontade de entrar debaixo do carro e dormir... Foi só uma piada sem graça...  
Para amenizar um pouco desta dor, saio para esquina e vou dar um trago naquela pinguinha da roça que faz a gente ficar “alegre o dia todo”.
O que é foda mesmo, é ter um outro dia, com a cabeça doendo, e o corpo  lento, e sem força.
Quero falar que o meu motivo de beber, não é para alegrar ou conquistar uma menina, porque pela minha idade já não consigo essa animação e compromisso.

Mais esse menino que passava aqui na rua e sentou do meu lado, parecia eu quando jovem.
Foi falando que quer ter uma namorada para juntos enfrentar grandes montanhas e o primordial, ter força para encarar o mundo, sentir e resolver os  problemas de frente, sem achar que eu ou ele é o problema, mais entender que somos nos mesmo responsáveis dos nossos conflitos internos.
Nunca tinha visto um rapaz com tanta clareza nos seus objetivos, há anos.
Fui escutando esse jovem. E com tanto entusiasmo fui percorrendo a minha historia de vida. Olho para o meu portão e ali só vejo a casa sem uma mulher ou filho.
Muitas pessoas e até minha família se pergunta anos, porque não quis ter um filho? Eu não consigo responder mesmo tendo 80 anos de idade.
Poderia eu falar das minhas namoradas que me deixaram nas portas das boates esperando para entrar, ou aquelas que não queria ter filhos, casar, e as outras que não gostou do meu pênis... tudo é uma relação... Hoje parece que o meu órgão até diminuiu, achava ele tão grande, mais agora (piada).
Uma vez quando terminei com a minha namorada, tinhas uns 25 a 26 anos não me lembro bem, sentir uma profundo vazio. Fiquei muito ruim, fiquei magro, não me dava apetite.

E parece que o diabo me mandou uma prostituta, para acabar com todas as minhas magoas. Estava ela na esquina, e como ainda nunca tinha saído com estas mulheres, resolvi pagar, tinha recebido um acerto do ultimo serviço de carteira assinada. E poderia ser o momento.  
Parei o carro antes da esquina. Havia uma distribuidora de bebidas, pedi uma Antártica. Gostava dessa cerveja na época. De longe, observava a mulher. Estava de short pequeno e cabelos longos, uma negra linda.  
Ali era eu o caçador e a caça pronta para encontrar com o caçador que viraria a caça quando tirasse a roupa.
Ser homem e não poder recuar nestes momentos, é viver uma situação que ninguém fala, e essa se chama silencio. Na época escrevia textos para um blog e um jornal da cidade. E o sentimento desabrochou, quando ela tirou a roupa e ali pelados ficamos, parecia que ter o prazer, não era só pagar, mas entender o sentir, ali, não tinha como sentir nada. Quem era essa mulher, que me queria? naquele momento poderia dizer que eu era gay? Se não comentar com ninguém escapo pelos comentários, só eu e aquela mulher poderia entender, naquele instante. Será que poderia eu ter tomado mais cerveja, ou não ter tomado  para ficar sóbrio e ter um foco melhor, concentrado.
 Aquele cheiro de motel velho e de cigarro, imaginava tantas coisas, que poderiam ter ocorrido, loucuras deveria se de menos, e eu não daria conta naquele momento fazer sexo com aquela moça que tentava me beijar no pinto. Porque deveria eu pensar na minha ex. recente namorada, se ela talvez agora está com um outro, talvez aqui do lado. E quem sabe na saída até nós falarmos.   
Aquele olhar daquela mulher era profundo, parecia que ela já sabia porque eu estava ali. Me perguntou se eu era casado, ou se tinha namorada. Respondi que nenhuma delas, e que tinha terminado a pouco tempo. Ela sentou do meu lado, olhou para o meu corpo, e foi falando de sua vida. Fazia sexo para alimentar os seus filhos. Aí tudo foi agua abaixo, o meu tesão que já estava difícil, agora afundava. Então descobrir que as prostitutas tem tempo e não poderia ficar muito comigo, e ali já fiquei interessado que ela continuasse a sua historia. Mas falei – toma o seu dinheiro mulher, como ainda tenho uma hora, vou descansar um pouco e tomar um banho.
Será que fiz a mesma coisa com a  minha ex-namorada e não percebi. Sei que desapontei. E não me toquei. Sei que o descanso foi a melhor coisa.   
Fiquei atordoado. Essa historia nunca contei para ninguém. Ela pegou o dinheiro se foi dizendo que sempre estava naquela rua. Depois que me fui, nunca mais vi.
Garoto vai em frente se eu não encontrei uma pessoa para compartilhar essa linda manhã. Não deixe morrer os seus sonhos na esquina. Você sabe o que é bom? é que existe uma rua adiante para continuar, então não perca o seu foco... esse é o meu conselho de velho e de um fantasma.   

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