Parte I
Quero falar com você, estou muito triste, porque hoje tenho muitas discussões com a minha mãe. Talvez não saiba que hoje completa 27 anos da separação com meu pai. Por isso que essa data 01 de Janeiro não gosto, e não gosto mesmo...Não chame para sair ou para comemorar o ano novo.
Na época meu pai trabalhava
viajando e neste dia com muitas dificuldades no transito fez ele pedir para
minha mãe dormir em sua casa, na época minha mãe não aceitava, mas fez uma
exceção.
Por impulso carnal a madrugada
foi pequena... Foi aí que começou a minha historia, nasci com oito meses.
O meu pai que estava de viagem,
recebeu uma carta de um amigo que estava escrita pela minha mãe no interior de
Pernambuco. Depois desta noticia esse homem nunca mais falou mais nada com ninguém,
só ficou sabendo que minha mãe me esperava e
estava gravida de 7 meses...
Acho que foi pelo o nervosismo
da minha mãe que resolvi nascer mais cedo, minha mãe caiu no pranto, odiou está
gravida... Mudou por completo a sua maneira de viver, até a sua feição nas
fotos ficaram diferente, sempre abatida.
Depois que nasci, fiquei morando com o meu avô e minha avó... Eles tinham um sitio não tão grande no interior do Estado do Amapá na cidade de Aporema, eles insistiram que eu pudesse ficar. Essa atitude fez minha vida ter grande importância... Aprendi a plantar, matar bichos e cozinhar.
Aos 4 anos de idade minha mãe
fez de tudo que eu pudesse viajar para
Aparecida de Goiânia em Goiás, lembro muito bem que chorei tanto que meus avôs
não aceitou, percebendo a condição financeiramente de sua filha, a minha vó
logo dize: “Filha acalma-se vai para Goiás e trabalhe, quando tiver melhor,
volte e busque sua filha Cristina, ela sentirá sua falta”.
Izabel minha mãe comprou a passagem e logo
foi para Goiás, agora com os olhos sem um horizonte e expectativa, estava sem mãe e
sem pai, mais tinha o carinho dos meus avôs maternos.
Meu avô era muito religioso, não
aceitava eu vestir um short, minissaia, passei a minha infância sem brincar com
outras meninas, sempre tinha que está de calça ou vestido abaixo do joelho,
aquilo ali me fazia ficar presa, angustiada. Mas sempre desafiava o seu
autoritarismo... Não sei se era correto mais na minha cabeça tinha que pelo
menos em casa ficar livre para usar roupa que eu quisesse, minha vó não falava
nada, sempre calada no canto e fazendo os serviços domésticos... Meu vô era
um homem muito sistemático.
Bem fui estudante quando nova e na escola do interior como vocês já sabem muitas vezes falta muitos professores, e quando conheci Carlos que também estudava na mesma sala, comecei a mudar o meu comportamento.
Carlos era o filho do Senhor
Oswaldo da Cunha, proprietário de algumas terras da região, e que era muito mal falado tinha um apelido de terror, era porque quem entrasse em suas terras muitas balas rolava. Só teve
Carlos e Margarida, mas Carlos já adolescente não se preocupava com nada, muito
mimado se ele falasse algo em sua casa sobre respeito de maus tratos de algum
professor da escola, logo o pai estava na porta para tirar satisfações. Ninguém
falava nada com o menino.
O que eu gostava dele era o
estilo aventureiro, gostava de ir para o rio e muitas vezes faltava aula, tinha
13 anos quando comecei namorar Carlos, sempre queria está perto dele, me sentia
protegida, ele tinha a mesma idade, gostava dele, a sua boca de
lábios largos me deixava apaixonada.
Quando começamos a namorar
escondido passávamos a beijar meio período do dia, não cansávamos, tudo
acontecia na beira do rio. Esquecíamo-nos de ir para escola. Carlos safadinho
queria já tirar minha virgindade que também seria a dele. Eu sempre dizia que
não poderia naquele momento, teríamos que casar, ele sempre ficava nervoso por
isso e saia emburrado.
Então falei “Se você quer viver
comigo, tem que ir ao meu avô pedir em namoro” Carlos prometeu que depois que
voltasse de viaje com seu pai iria.
Era final do ano e semestre da escola, Carlos conseguiu ser aprovado na escola e eu fui reprovada por faltas. Quando meu avô ficou sabendo ele não entendeu porque sempre estava de pé às 5hs da madrugada, tinha uma energia enorme para ir...
Nunca tinha visto o meu vô
nervoso, fiquei com medo e ele cego de raiva, pegou o chicote e me bateu uns 30
minutos sem interrupções, que minha vó teve que entrar na frente para defender,
já estava sem força, apanhei tanto que precisei ficar 3 dias quieta em casa
para recuperar, mas minha cabeça estava só pensando no Carlos e a imagem
embasada da minha mãe que não comunicava já a anos.
Foi no fim de uma tarde calorenta, depois de 7
dias deste ocorrido e mais calmo que chegou uma amiga da minha avó, estava voltando de viagem, e na sua mão uma
carta que vinha de Aparecida de Goiânia
com a remetente Izabel minha mãe
que escrevia lembranças e que de imediato
era para fazer as minhas malas e partir para Goiás.
Continua na próxima sexta feira ...
quero ver o próximo capitulo
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